Durante a pandemia o sector da construção manteve-se ativo principalmente devido a projetos iniciados antes da crise. Mas quais são os projetos de construção que representarão um investimento mais seguro e receita menos volátil daqui em diante?
O segmento dos edifícios residenciais registou um aumento de 4,5% no ano passado, justificando-se o crescimento pela elevada procura nacional e internacional e por taxas de juro baixas. A concessão de crédito para aquisição de habitação cresceu 6,4% nos primeiros 10 meses de 2020; a avaliação bancária de habitação aumentou 4,9% até novembro e o licenciamento de fogos em construções novas teve um acréscimo de 18,6% em 2019.
Portugal permanece atraente já que ainda goza de preços competitivos de aquisição imobiliária. O retorno do investimento é em média maior quando comparado com outros países da união europeia, mesmo durante crises. O retorno parece menos volátil ao investidor estrangeiro e o mercado pode agora maturar um segmento que já está maduro na Alemanha, Países Baixos e outros países nórdicos: a residência multifamiliar.
Os investidores que têm liquidez inicial podem melhorar o risco geral e assegurar retornos estáveis investindo estrategicamente no conceito Multifamiliar.
Este conceito residencial oferece ao investidor “uma visão além Covid-19” segundo Gemma Kendall, Diretora Nacional da European Capital Markets da JLL. “A procura é contínua e alta em várias cidades de todo o mundo e a oferta tenta acompanhar a tendência com dificuldade. Os investidores olham para o conceito multifamiliar como uma oportunidade mais resiliente que outras classes de ativos”.
Será sempre necessário ter onde morar, até durante uma crise
Tradicionalmente o conceito multifamiliar pressupõe um conjunto de habitações familiares em complexo, num edifício ou vários, para o propósito de arrendamento. Ainda que os espaços sejam de tamanho orientado à economia de escala, onde se maximiza o número de unidades, os acabamentos e materiais são de robusta qualidade para proteger o valor da propriedade a longo termo e assegurar a sua durabilidade. A sua atratividade reside também nos serviços disponibilizados tais como ginásio, piscina, salas multifunções, porteiro e até espaços de convívio para crianças.
Percentagem de cobrança de alugueres
durante a pandemia, segundo relato
de operadores multifamiliares nos
principais mercados da Europa (Fonte:JLL)
Do ponto de vista do arrendatário há interesse em pagar um valor superior pela conveniência que o espaço proporciona, pela flexibilidade das rendas, limpeza, segurança e espaços comuns - tudo incluído num preço fixo. No estrangeiro as receitas chegam a superar as dos espaços de escritório ou co-work, de conceito similar, tornando-se muito atraentes para o investidor cauteloso que prefere o crescimento estável ao longo do tempo.
Legenda: Algumas obras em que a AddBuilding esteve envolvida
Em 2019 em Espanha e na Irlanda o volume de investimento foi do dobro a cinco vezes maior que a média dos anos anteriores. Na última década a proporção global de investimento no conceito multifamiliar dobrou os 25%. Mais, a recolha de rendas permanece acima de 90%, sendo a única a manter os valores durante a pandemia, o que atesta a resiliência do conceito.
Ao estudar a tendência de arrendamento em Portugal, verifica-se que a mesma é de constante crescimento quando equiparada à de aquisição. Além de significar uma considerável poupança em taxas e despesas governamentais o arrendamento não vincula o arrendatário à contração de empréstimos. É uma solução atrativa e flexível para jovens, pequenas famílias, estudantes, expatriados e profissionais relocalizados – que normalmente têm dificuldade em arrendar espaços adequados ao seu estilo de vida. Reúnem-se desta forma condições favoráveis para o desenvolvimento orgânico do mercado e novas oportunidades de criar valor a longo prazo.
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